É falso que ex-assessor de Moraes tenha dito que 'infiltrados' foram responsáveis por 8 de Janeiro 4l2e3a
HOMEM EM VÍDEO NÃO APRESENTA PROVAS DE QUE MILITANTES DE ESQUERDA TERIAM PARTICIPADO DE DEPREDAÇÃO DOS TRÊS PODERES; ELE FOI ERRONEAMENTE IDENTIFICADO COMO EDUARDO TAGLIAFERRO 5o83c
O que estão compartilhando: que Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria afirmado que os responsáveis pelos ataques do 8 de Janeiro são "infiltrados". Eles estariam vestidos com camisetas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e bonés com a inscrição X. 48165i
O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. A narrativa de que o 8 de Janeiro é resultado da ação de "infiltrados" não tem embasamento na realidade. As investigações da Polícia Federal (PF), denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) e sentenças do Supremo Tribunal Federal (STF) mostram que os responsáveis pelos ataques às sedes dos Três Poderes eram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitavam o resultado das eleições de 2022.
A acusação de infiltrados não foi feita por Tagliaferro, mas sim por Marcos Vanucci, que se diz jornalista e foi candidato a vereador nas eleições de 2024. Ele deu a declaração em um podcast, mas sem apresentar as imagens que ele afirma provarem a existência de "infiltrados". O Estadão Verifica entrou em contato com ele solicitando as gravações. Não houve resposta.
Saiba mais: as postagens compartilham o trecho de um podcast que foi ar em 19 de abril. Vanucci afirma que tem imagens gravadas de pessoas com camiseta e bandeira do MST e boné X entrando em prédios públicos no dia 8 de janeiro de 2023 antes de a grande massa adentrar as estruturas. Vanucci também afirma ter vídeos de "infiltrados de esquerda" descendo com cordas improvisadas por trás dos prédios públicos.
No entanto, nenhuma dessas imagens é mostrada no podcast. O Estadão Verifica entrou em contato com Vanucci por e-mail e WhatsApp, disponibilizados em seu perfil nas redes sociais, solicitando uma apresentação das referidas gravações. Não houve resposta.
8 de Janeiro: boatos falsos sobre 'infiltrados' continuam a circular um ano depois dos ataques
Após o 8 de Janeiro, o Estadão analisou horas de transmissões ao vivo, listas de ageiros de ônibus, postagens em redes sociais e centenas de imagens que comprovam que os atos de depredação foram premeditados e organizados nos mínimos detalhes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Posteriormente, as investigações da PF coletaram vídeos, fotos e provas materiais da participação de bolsonaristas na depredação do patrimônio público. O STF já condenou centenas deles por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.
Registros apontam que depredação ocorreu após as 15h
No podcast, Vanucci afirma que os ataques teriam começado às 14h, o que também não é verdade.
Imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto, do STF e da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram analisadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) do 8 de Janeiro. Em seu relatório final (página 11), a MI apontou que o "Oito de Janeiro é obra do bolsonarismo". De acordo com o relatório (página 5), a invasão do Congresso Nacional se deu às 15h, do Palácio do Planalto, às 15h20, e do STF às 15h37.
O relatório de Ricardo Capelli, nomeado interventor federal na segurança pública da capital no 8 de Janeiro, aponta (páginas 30 e 31) que, antes da eclosão dos atos de vandalismo, os golpistas romperam, às 14h43, o gradil que dava o ao Congresso Nacional.
O Estadão Verifica publicou diversas checagens desmentindo que esquerdistas infiltrados participaram dos atos de depredação da Praça dos Três Poderes ou que o governo Lula tenha sido responsável pelas ações. Algumas delas vincularam o MST aos ataques, como a alegação falsa de homem que quebrou relógio de Dom João VI dentro do Palácio do Planalto não era militante do movimento.
Outras checagens podem ser conferidas abaixo:
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